Não é novidade que o agronegócio tem sido o grande motor da economia do Brasil. O mercado agro é responsável por 21% do PIB nacional, segundo especialista da PWC. No mundo, somos o terceiro maior exportador agrícola. No entanto, também é preciso avaliar os danos e pensar em soluções que viabilizem a continuidade dessa produção.
Em 2050, apenas 40% da terra no mundo será própria para o plantio. Nesse mesmo período, segundo o relatório World Population Prospects: The 2017 Revision, das Nações Unidas, seremos 10 bilhões pessoas habitando a terra. Na agricultura, as demandas serão cada vez maiores e os recursos naturais cada vez menores. E, por isso, é imprescindível a procura por novos recursos tecnológicos para produzir mais, com menos. E para isso, será preciso criar soluções que potencializam a produção de uma forma inteligente.
Agrotechs no mercado brasileiro
Quando falamos de agricultura, o Brasil possui suas particularidades. Além da grande extensão territorial, o clima permite as mais diversificadas culturas. Aqui se pode plantar desde uvas finas que necessitam de um clima frio, até frutas específicas para climas áridos. E mesmo sendo a principal área econômica do país, existiam muitas ressalvas e as agrotechs não eram uma prioridade no mundo da inovação, mas, felizmente, uma mudança nesse panorama parece cada vez mais visível.
Aos poucos o mercado do agronegócio tem se tornado mais hype (popular) do que nos últimos anos. Nesse sentido, o avanço das tecnologias vem como um fator crucial na manutenção, continuidade e expansão da agricultura brasileira, que já é a terceira maior exportadora do mundo. Assim como em outros espaços da economia, as startups também mudaram o cenário do agronegócio. Empresas com grande capacidade criativa e serviços inovadores mudam, cada vez mais, a realidade de quem vive no campo.
Investimentos no mercado
No mundo, os investimentos em agrotechs explodiram em 2015 e alcançaram US$ 4,6 bilhões. No Brasil, esses números estão abaixo do esperado, mas são satisfatórios. Segundo o 1º Censo AgTech Startups Brasil de 2016, ao mesmo tempo em que existe uma falta de investimentos, as empresas têm um forte potencial: 17% das startups afirmaram terem crescido 50% no último ano e 9% afirmam um crescimento entre 31% e 50%. Delas, 23% tem um faturamento superior a R$ 100 mil.
Por aqui, o mercado está dividido em: tecnologias de suporte a decisões (56%), softwares para gestão (50%), agricultura de precisão (24%) e equipamentos inteligentes (IoT) & hardware (25%). Como cada startup poderia escolher mais de uma área, as porcentagens ultrapassaram 100%.
A realidade do campo
E com todo esse crescimento na área, o real objetivo é criar soluções para o dia a dia, que facilitem e melhorem a produtividade e qualidade dos produtos de quem vive do campo. Nesse sentido, as startups vêm como um potencializador da produção de um setor que precisa suprir uma demanda em constante aumento.
Não há dúvidas de que as inovações nas agrotechs são a melhor forma de garantir esse aumento. No entanto, para que essas soluções produzam resultados no campo, é preciso viabilizar e disseminar estes produtos e criar um elo entre empreendedores e agricultores, para que se possa entender as necessidades diárias que precisam ser atendidas.