Você sabe o que é Humanidade Aumentada?

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Você já ouviu falar em Humanidade Aumentada? Hoje nós vamos te explicar o que é para você ficar por dentro do assunto! Também conhecido como Humano 2.0 e Aumento Humano, o termo diz respeito à linha de pesquisa da medicina e da tecnologia que tem como objetivo melhorar as habilidades humanas. Você pode até não estar familiarizado com o termo, mas provavelmente já teve contato com um objeto desses. 

Uma das principais referências atuais sobre o assunto é a empresa Boston Dynamics que já existe há mais de 30 anos. Em seu histórico de criações, temos aplicações bastante efetivas, como o Spot, um robô de quatro patas que imita o tamanho de um cachorro grande. Ele foi colocado à venda em 2019 com funções exclusivas para o ramo industrial, mas acabou ganhando novas tarefas com o avanço da pandemia no ano passado.

São muitas informações novas a serem assimiladas. Se você ainda não sabe do que se trata a Humanidade Aumentada, fique tranquilo, nós estamos aqui para te ajudar!

Humanidade Aumentada como tendência

Para começar do início, o termo Humanidade Aumentada foi criado pela Isobar, uma agência de experiência digital que conta com 85 escritórios em 45 países, em 2017. Já em 2019, ela publicou o relatório “Augmented Humanity: 2020 Trends Report” explicando os impactos e as oportunidades para o mercado usando a Humanidade Aumentada. No documento ainda é listado 5 tendências para os próximos anos, sendo elas:

  • Experiência Aumentada – como a tecnologia está aprimorando o mundo físico para criar experiências inesperadas.
  • Humanização de Dados – como conjuntos de dados, algoritmos e Inteligência Artificial estão se tornando “humanizados”, com emoção e personalidade.
  • Comércio Socializado – como a tecnologia está colocando as pessoas no centro de como pesquisamos, compramos e compartilhamos.
  • Parentesco Digital – como a tecnologia está ajudando a encontrar e promover comunidades significativas para todas as pessoas.
  • Ativação Pós-propósito – como a tecnologia está capacitando as marcas a redescobrir e ativar sua finalidade para causar impacto.

Nesse texto nós não vamos nos aprofundar no relatório, mas você pode acessá-lo clicando aqui.

O assunto também é tema de estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), um dos principais centros de pesquisa em educação, ciências e inovação. Inclusive, o dono da empresa Boston Dynamics, Marc Raibert, do qual vamos falar um pouco mais adiante, fez seu doutorado e também lecionou na MIT. 

Lá ele fundou, em 1980, o Leg Lab, um laboratório de desenvolvimento de pernas robóticas com funcionamento baseado em inteligência artificial. Podemos dizer que esse foi o pontapé inicial para que os estudos em Humanidade Aumentada fossem aprofundados. 

Qual é o objetivo?

Bem, o objetivo da Humanidade Aumentada é tornar a relação do homem com a tecnologia benéfica e harmônica. A ideia é que dessa interação nós tiremos os pontos positivos que podem nos ajudar a tornar nossa vida melhor e mais fácil. 

O desafio é o receio das pessoas em abordar esse tema, como se a evolução tecnológica fosse algo negativo. Esse pensamento ainda existe porque acredita-se que o avanço da tecnologia pode roubar nossos postos de trabalho, tornar-nos mais distantes uns dos outros, sem contar na insegurança que se tem sobre as informações compartilhadas.

A questão é que essa evolução não é mais uma conversa futurística, ela está acontecendo já no presente, por isso não podemos ignorá-la. Como uma das principais tendências é de que, cada vez mais, as máquinas e aparelhos façam parte das nossas vidas, o intuito é o de usufruir das vantagens que isso traz, melhorando nossas capacidades e habilidades.

Humanidade Aumentada na prática 

A Humanidade Aumentada é, basicamente, sobre a relação de harmonia entre o homem e a tecnologia a fim de melhorar a vida das pessoas. Lembra lá do início desse texto, quando falamos que você provavelmente já teve contato com isso? Pois bem, óculos, binóculos e microscópios, por exemplo, são equipamentos de realidade aumentada que, através de formas não invasivas, aumentam o ser humano.

Outro caso é do cientista da MIT, Hugh Herr. Ele perdeu as pernas em um acidente quando escalava uma montanha e, desde então, passou a se dedicar a desenvolver as suas próprias próteses. Nessa prótese elaborada é possível, através de 12 sensores, se movimentar com o comando cerebral. Esse é um exemplo de exoesqueleto, aparelhos que estão fora do corpo humano, mas que auxiliam no aumento do nosso desempenho. 

E não para por aqui, o cientista quer avançar nas pesquisas para que quem usa próteses possa recuperar a habilidade sensorial e realmente sentir, como se no lugar estivesse a própria perna. Ativo no laboratório de biônica extrema, ele acredita que se o homem conseguir se integrar perfeitamente à máquina, ele consegue ter um desempenho ainda melhor do que em condições normais.

Entrando em outros exemplos, há os experimentos em robótica. O primeiro produto comercial da Boston Dynamics, empresa referência no assunto, é o Spot que começou a ser vendido em 2019. Mas foi com a pandemia do Covid-19 que ele realmente ficou importante. Em Singapura, os robôs entregaram comida para pacientes que estavam na quarentena e também foram usados para transmitir mensagens de distanciamento social nas ruas. 

Esse último, em particular, foi muito eficiente. O primeiro teste de colocar o robô na rua aconteceu depois que um policial foi esfaqueado por um homem sem máscara, enquanto tentava orientar sobre os riscos de transmissão do vírus. Nesse caso, a máquina era controlada por um homem, que estava há uma distância segura, e que comandava mensagens prontas, como “vamos manter Singapura saudável”.

Agora, saindo um pouco da caixa, você já ouviu falar na Alice 2.0? Criada pela cientista e anatomista Alice Roberts, a Alice 2.0 é a sua versão, só que perfeita. O corpo, feito em impressora 3D, simula como seria o humano perfeito, a partir da engenharia genética. O resultado é um pouco esquisito, porque envolve olhos de polvo, coração de cachorro, pernas de avestruz e a bolsa de nascimento dos marsupiais. Mas na sua teoria, esse seria o corpo de um ser humano perfeito. 

Todos esses exemplos do Hugh Herr, Boston Dynamics, Alice Roberts e tantos outros que não foram citados, mas também são referência, nos mostram que pesquisadores e cientistas estão empenhados em melhorar a nossa vida, aumentando nossas habilidades. Tanto robôs completos, quanto exoesqueletos, já fazem parte da nossa realidade e são como uma extensão do homem. 

Humanidade Aumentada nas empresas 

A Humanidade Aumentada possui diversas vantagens para as empresas, e é por isso que muitas delas estão investindo ainda mais na área. Tendo relação com os desafios que 2020 nos trouxe, a tecnologia nos faz pensar nas oportunidades e possibilidades que podem surgir das adversidades, assim como Hugh Herr fez. 

A Dentsu, uma das maiores agências de publicidade, fala sobre o relatório de Humanidade Aumentada que citamos antes. Ela diz que “a nova década traz grandes desafios, ao mesmo tempo em que também traz um vasto rol de oportunidades através de uma abordagem centrada nos clientes vinculada ao uso de tecnologias”. E é através dessa chance de mudança que as empresas podem crescer, seja no setor que for.

Os desafios na área da Humanidade Aumentada são muitos, pois devem ser levados em consideração os pontos elétricos, mecânicos e dinâmicos e, mais além, das próprias empresas em aderí-las. Mas uma grande tendência é que as pesquisas sejam ainda mais aprofundadas, tornando homem e máquina perfeitamente integrados. 

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